quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mascarado pé de macaco

Carlos Loria

Ouvi pela primeira vez a palavra "mascarado", talvez em 1965. Tinha dez anos. Ou foi em 1967? Deixa pra lá.

Foi no Salesiano. O goleiro que diziam ser "mascarado" estava com camisa de goleiro, joelheiras, cotoveleiras.

Como brasileiro joga de pé descalço e sem camisa, pensei que "mascarado" era um goleiro que usava fantasia de goleiro. Mas, cadê a máscara?! Eu estava acostumado com Zorro e Batman & Robin.

Toda essa croniquinha pra dizer que somente entendi o que é ser um mascarado de verdade na Copa de 2010.

Pois é; Cristiano Ronaldo é o protótipo do mascarado, o mascarado que tive o desprazer que ver e de ver "jogar".

Depois de uma jogada perdida (como sempre), abre as pernas como se fosse urinar, coloca as mãos nos quadris e fica a contemplar o vazio (de si mesmo?), os olhos perdidos no horizonte (nas arquibancadas). É repulsivo.

E ontem, aos 55 anos, aprendi outra expressão: "jogador pé-de-macaco".

Cabe ao gajo como uma luva, quer dizer, como uma chuteira.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cópia ou original? O pior jogo das oitavas


Paraguai e Japão se respeitaram demais e decepcionaram.

Reverências tantas que sobraram limitações.

Quem foi ver Santa Cruz ou Honda, se contentou com Bonet e Endo.

Não temos o número exato, mas com certeza foi o embate com o maior número de arremessos laterais.

Jogo para trilha sonora de uma balada guarani ou aquelas do teatro Kabuki.

Tanto medo mútuo causou um joguinho de dar sono.

Uma arrastado zero a zero empurrou o jogo para o tempo extra.

Colocou os dois selecionados no abismo das cobranças de tiros livres da marca do pênalti.

Conversões até que Komano mandou um chutão no travessão paraguaio e Cardozo fechou a fatura.

Paraguai 5 x 3.

Mas enfim, futebol japonês ou paraguaio? Não encontramos nenhum tipo de originalidade. E a cópia é da pior qualidade em comparação a outras escolas autênticas do mundo da bola.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Netinhos do futuro, preparem os ouvidos


Para quem leu ou assistiu, já avisava sobre o talento do jovem e cerebral Özil na Alemanha e a estratégia do técnico Joachim Löw na montagem da sua equipe para a Copa do Mundo.

É o melhor selecionado até agora.

Pena que tenhamos uma final antecipada.

Porque do outro lado vem a Argentina do ótimo Mascherano e do guerreiro Heinze.

Inspirado na seleção de Telê Santana de 1982, Diego Maradona montou uma seleção com a cara do Barcelona de... Lionel Messi.

Só falta o garoto desencantar para Diego alcançar as alturas.

Porque Joachim Löw também é o melhor técnico até agora do Mundial.

E só Messi para desequilibrar o que promete ser um jogaço.

Daqueles que vamos lembrar para sempre.

Como é e sempre será

Foto: The Guardian

Como na Copa de 2002, o Brasil tem caminho menos árduo do que os concorrentes Alemanha, Argentina e Espanha na luta pela taça na África do Sul.

Neste 28 de junho jogou bem contra quem deixou ele jogar.

E o Chile era a mais fraca das 16 seleções das oitavas.

Isto não desmerece o placar de 3 x 0 construído pela seleção do Dunga.

Mostrou que o técnico tem uma esquadra para cada degrau até a finalíssima.

Mostrou que Lúcio foi o melhor em campo e que Daniel Alves deixou a desejar.

Mostrou que o Kaká anda lendo outros livros além da Bíblia e que Robinho ainda deve traquinagens.

Mostrou que a assessoria de imprensa do Michel Bastos funcionou, apesar de um locutor da tv aberta ainda errar o seu nome.

Mostrou Juan absoluto e Ramires lépido, mas descuidado.

Mostrou Gilberto Silva agradecendo por Valdívia só ter entrado no giro final.

Mostrou mais acertos do que falhas, mas elas (ainda!) continuam a se repetir.

Enfim, mostrou ao mundo que não somos os melhores, mas que podemos levantar a taça.

Como no futebol é e sempre será.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Andanças

Parceiros, compromissos profissionais provocaram um pequena paralisação no ofício deste blogueiro. Em breve, novas postagens sobre a Copa do Mundo e deste andarilho em incursões pelo interior da Bahia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mais pra Zangado do que pra Dunga. Cadê o Mestre?


Do jornalista Jorge Ramos ao comentar a postagem anterior:

"Jogo insosso !

Um técnico que tá mais pra Zangado do que pra Dunga !

Restaram-nos orar pelos talentos individuais, porque se treinos ultrasecretos resolvessem ...

O futebol arte ? Esse manda (saudosas) lembranças!.

Com ele ganhamos as Copas de 58, 62, 70 e 2002 (a de 94 não deve ser debitada a ele, que agradece penhoradamente...)

Sem ele perdemos as Copas (só pra citar as da segundo metade do século XX): 1954, 1966, 1974, 1978, 1990, 1998 e 2006."

Cadê o mestre, mestre Jorginho?

A quali mundial e os palhaços do circo de verniz


Em dado momento do jogo entre Brasil e Coreia, disputado no Ellis Park em Johanesburgo, um dos locutores da TV aberta brasileira soltou: "arranca Michel Alves pela esquerda" . Depois chamou o esquentadinho meia defensivo verde amarelo de "Felipe Mala" e completou avisando que o próximo adversário do Brasil seria a Costa Rica.

O correto seria Michel Bastos, Felipe Melo e Costa do Marfim pela ordem seqüencial dos erros.

A citação, se enxovalha o narrador já bastante criticado, não é proposital. Apenas recorro a esta lembrança recente do fraquíssimo jogo brasileiro (como outros o foram) para refletir um pouquinho sobre algo que gostaria de compartilhar com vocês.

Acho que estão nos fazendo de palhaços.

Esta deve ser a maior "quali mundial" já feita para novas tecnologias.
Se você não sabe o que é, junte seus vizinhos e amigos dentro de uma casa. Ligue aquele aparelho de tv de última geração que você comprou. No fim do programa pergunte um a um o que achou do aparelho. Você estará fazendo uma quali. É utlizadíssima no meio publicitário. De campanhas de políticos a lançamento de insceticida para matar baratas.

Com o advento do tal do HD, das 32 câmeras, dos 64 jogos, do miserável do super slow que disseca tim tim por tim o que o jogador está fazendo dentro de campo, estão definitivamente nos fazendo de palhaços.

Flagrei no modorrento e inqualificável embate (se é que se pode chamar assim) entre Portugal 0 x 0 Costa do Marfim, um cidadão marfinense chamado Demel atravessar com a sua chuteira a "meia lua" do traseiro de um atleta gajo de ponta a ponta. O patrício que estava obviamente de costas, mergulhava em pose estapafúrdia imitando o seu colega Cristiano, o Ronaldo.

Mergulhava na grama enquanto no seu traseiro roçava a chuteira do Demel. Isto tudo focalizado no detalhe pelo tal do Super Slow.

Este valioso instrumento tecnológico deveria estar a serviço para lances de perigo, situações de gol, expressões, coreografias naturais , balés futebolísticos.

O que foi que eu disse mesmo?

Devo estar sonhando.

A câmera estava lá na chuteira do Demel em evoluções no traseiro do patrício em quadro a quadro. Como já mostrou o top top do Parreira. Só não conseguiram tirar um movimento mínimo que fosse da cara do Dunga. Dunga queria que comparassem ele ao pensador de Rodin neste brasilzão cheio de verniz.

A seleção é a cara do Dunga e nós, os palhaços do circo midiático.

Mas merecemos.

Somos os personagens principais desta lobotomia televisiva. Espécie de celebração midiática do vazio absoluto.

O mundo é uma bola no Show do Truman Tupiniquim. Em todas as bandas e bandos globais com BRs na frente e atrás.

O tosco falando do arranjado.

Se é um desrespeito em todos os níveis ao jornalismo esportivo, com o público é ainda pior e constragedor. O povão só presta para rebolar e se ver. E acenar freneticamente para telões espalhados pelas cidades afora.

Tudo em HD com maquiagem alienígena.

E o pobre do futebol arte?

A arte morreu?

A arte é a cara do Dunga querendo ser o pensador do Rodin. O pensador com sobretudo de estilista famoso. E o Brasil que não cala na TV saindo no New York Times.

Merece ouvir erros grassos de informações, de narração, e da sempre maltratada Língua Portuguesa.

A cultura de verniz nunca esteve tão em alta. A cultura de verniz brasileira merece o Dunga e as vuvuzelas, sobretudo (!).

Erros e sono não faltam nesta Copa do Mundo. E não foi diferente no embate entre brasileiros e coreanos.

Este é o pior começo na história das últimas copas. Em 14 jogos, 06 empates. 23 gols marcados e média pífia de 1,64 por partida.

Mas nós, os palhaços, estamos preparadíssimos para 5. 760 minutos de futebol no super slow.

Não precisava era investir tanto na super câmera

A velocidade da copa é devagar, quase parando.

A copa oferece o quarto, mas são as vuvzelas que cozinham os miolos.

Do povo ou dos palhaços?

O "Felipe Mala" deve preferir a segunda opção.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aviso aos navegantes

Compomissos profissionais impedem que este blogueiro poste as análises da copa mais cedinho. Promessa de que entre 22h e meia noite os textos saiam. Êta lembrança de fechamento de jornal!

domingo, 13 de junho de 2010

A Copa era da Sadia até o chocolate alemão




O prezado Jaime Guimarães, em uma postagem no twitter logo após o primeiro jogo deste domingo, apelidou o Mundial da África como a Copa Sadia.

Nada mais apropriado até então.

Depois que Robert Green soltou penas à frente da Jabulani no embate dos impérios, a rodada deste domingão cravou no menu mais uma opção da pobre ave em receitas apimentadas.

Vamos a análise dos três embates.

Eslovênia 1 x 0 Argélia. No já chamado grupo do frango, penas não faltaram ao escovinha Chaouchi. Uma defesa espetacular no primeiro tempo, um frangaço na etapa final. Um chute em diagonal do capitão Koren deu à Eslovênia vitória sobre a Argélia, ou França B se preferir. Nadas menos que 13 jogadores do grupo argelino são franceses naturalizados. O goleirinho frangueiro é uma das exceções. Eslovênia é lider graças aos frangos. Ou vocês esqueceram do "English Green" ?

Gana 1 x 0 Sérvia. A festa realizada pelo time africano depois do jogo tinha razão de ser. Um duelo bem parecido ao que se reserva a Portugal e Costa do Marfim amanhã. Estreia, mas na real, decisão de vaga. O gol solitário do aplicado Assmoah Gyan pode valer classificação para Gana. O mico transformado em pênalti pelo meia defensivo Kusmanovic, no final do jogo, pode custar caro aos sérvios. Gyan no início de 2010 mantinha excelente média de um gol a cada dois jogos na seleção ganesa. Comprovou que tem faro não pelo convertido, mas pela disposição tática apresentada frente aos grandahões europeus.

Fechamos nossa análise com o baile alemão. Não adianta decantarem nem cobrirem de louros a atuação aplicada, eficiente e convincente do selecionado de Joachim Low. Apenas porque é cedo demais. Foi a melhor seleção que vimos até agora? Foi, ao lado da Argentina. Gostei da movimentação e eficiência em passes do Müller, da exuberância conhecida de Lucas Podolski, do talento juvenil e surpreendente de Mesut Ozil em seleção tradicional? Gostei. Tanto quanto o placar Alemanha 4 x 0 Austrália.

Sim porque até então, era a Copa do Frango. E a gente deixa até passar a falha do goleiro Schwarzer no segundo gol marcado por Miroslav Klose.

Um detalhe interessante neste jogo: dos quatro gols, três foram assinalados por atletas de outros países que conseguiram naturalidade alemã. Klose e Podolski são poloneses e o Cacau, brasileiro. Para desespero de neonazistas e da ultradireita conservadora daquele país.

Assim o mundial dos frangos e das expulsões (quatro em oito jogos) ganha novos ingredientes.

Porque a goleada alemã era aquele chocolate que este torneio precisava.

Chocolate com Cacau, brasileiro e da gema.


Como será no Brasil?

Da poeira que sobe ao redor dos estádios ao desrespeito total com público e jornalistas e a violência absurda e repressora contra trabalhadores, a Copa do Mundo da Fifa na África é um mico só.

As obras realizadas a toque de caixa que torraram bilhões e bilhões e ergueram praças esportivas, que sabe lá como vão ser aproveitadas no futuro, deixaram um rastro de tijolos, tábuas, baldes de tinta, vergalhões e poeira, muita poeira. Quando o vento bate já viu, não é? Ou não. Torcedores vão se assemelhar a tuaregs já, já. Como será no Brasil?

E o rastro de celulares, câmeras e lap tops roubados em hotéis e nas ruas? Como será no Brasil?

E a espera por cerca de quatro horas para se chegar a um estádio e fazer a cobertura de uma partida em belo exemplo de como provocar a "imobilidade urbana" ? Como será no Brasil?

E a falta completa de palavra com cerca de mil trabalhadores que foram reinvidicar pagamento pela construção do belo estádio de Alemanha x Gana e receberam "vales" de cassetetes e balas de borracha mostrando que a África do Sul não está tão livre assim? Como será no Brasil?

Em 2014, veremos.

sábado, 12 de junho de 2010

Nota cinco


Cinco partidas, três empates e três goleiros que fizeram a diferença. Vamos as primeiras impressões da XIX Copa do Mundo.

África do Sul 1 x 1 México. Os anfitriões empataram com o irreconhecível e sisudo México em partida que valeu pela armação e finalização no gol do meia ofensivo Tshabalala e a cena inusitada do top top do Parreira. Joguinho sem graça ao som das irritantes vuvuzelas.

Uruguai 0 x 0 França. O pior jogo da copa até agora. Não pela falta de gols, mas na proporção em que uruguaios e franceses maltrataram a pobre da Jabulani, celebraram o mau futebol.

Coréia do Sul 2 x 0 Grécia. Além da boa aplicação tática, os coreanos mostraram habilidade e ainda ganharam um presente de...grego. Mas de verdade! O zagueiro Vyntra errou feio e Park Ji Sung fez o segundo gol, o que valeu a liderança do grupo.

Isto porque o placar Argentina 1 x 0 Nigéria foi injusto com o time do elegante Maradona. Em pelo menos seis lances capitais, Lionel Messi não conseguiu superar o bom goleiro Enyeama. O zagueiro Heinze, em bela cabeçada, foi a exceção. Argentinos mostraram o melhor futebol até agora, mas ainda com uma montanha de ressalvas. A principal delas as falhas intermitentes na inversão de jogadas entre as alas.

Fechando a mão, no empate Inglaterra 1 x 1 Estados Unidos, os dois goleiros mudaram a história do jogo. A infelicidade de Robert Green no chuteco de Dempsey provocou o empate dos americanos que perdiam com tento marcado logo no início pelo meia defensivo Steven Gerrard. Já o guarda metas americano Timothy Howard foi eleito o melhor em campo em duelo particular com o atacante Wayne Rooney. Só não venceu o arqueiro nigeriano que parou Messi.

Muito, mas muito pouco para o início de um dos principais e mais caros eventos do planeta.

Combinando com o número de partidas disputadas até agora, a Copa da África do Sul merece nota 5.


Bilhetinho

Ao término de Inglaterra x EUA, análise dos cinco primeiros embates da Copa

O top top do Parreira


Na pequena San Canzia, o italiano Fabio Capello aprendeu quando menino que este gesto aí significa "Avante! Em frente!" Hoje, Capello faz uso frequente em jogos da seleção inglesa




Foi impagável de se ver como os conservadores de plantão se arvoraram a dar explicações e mais explicações sobre o top top do Parreira.

Logo ele, príncipe entre os havellanges, símbolo de uma espécie de burguesia futebolística. Uma aristocrata da bola.

Um correcorre dos diabos nos corredores e berros e berros nos pontos eletrônicos para explicações oriundas dos costumes sulafricanos.

Que seria um modo de cobrar emprenho na África do Sul. Como o "Ok" americano e que significa você bem sabe o quê por essas plagas.

Mas Inês? Inês já estava mortinha.

Vá explicar para o país da piada pronta. Vá explicar para muitos editores de belas sacadas iconoclastas pelo brasilzinho afora.

Este poeta de tantas fronteiras , e que se arrisca a meditar nas horas vagas, pensou em voz alta:

Ah! se fosse o Maradona...

E o que fizeram com o Marco Aurélio, o assessor do Luís Inácio...

E as ilações à foto que correu o mundo flagrando o Ibrahimovic com o Piqué, jogadores do Barcelona?

E tudo que se falou de uns e não se revelou de tantos?

Como beijo é beijo, top top é top top e ponto final...

E viva o rabo do tatu.






Um beija-flor para Scarlett e Sandra


O querido poeta Carlos Loria avisa do teu beco que se candidata a entrar na fila para selinhos duradouros em Scarlett Jonhanson.

Afinal se a Sandra Bullock pode, o Lorinha também pode.

E você aí? Vai se candidatar?


Nota do Beco daqui: Como o beijo não vem da boca e os poetas nunca serão culpados, proponho que entre Sandra s Scarlett pousasse um velho e assanhado beija-flor e teus inevitáveis codinomes.


Nota do beco II: Daqui a pouco as primeiras impressões da Copa na África do Sul.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Por bola de cristal, mudem de canal

Este blogueiro só comentará e divulgará resultados das partidas da copa. Análises só de confrontos já ocorridos. Premonições, palpites, placares arriscados ou utilização de dados ou bolas de cristal só em outra freguesia.

Apesar de considerar o turbante uma bela indumentária.

Vai começar!

Atendendo a pedidos, aí vai um replay:

África do Sul 2010. O mascote é chinês. As bandeiras cênicas foram importadas e criadas fora do país, o público nos estádios não vai ter a cara do continente. E, cá pra nós, o Soccer City (foto) não é a cara da banda de um pão de hambúrger?

Defesa azul

Sacada espontânea que vai agradar cruzeirenses de plantão antes da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo. Dos 23 jogadores que começam a disputar o mundial a partir da próxima terça-feira, nada menos que sete já vestiram a camisa azul em algum momento da carreira. A curiosidade é que todos são do sistema defensivo. São eles: os goleiros Gomes e Doni, o zagueiro Luisão, os meias defensivos Ramires e Felipe Melo e os alas Maicon e Gilberto.

A lista aumenta para oito se contarmos quem já passou pelo futebol mineiro. Acrescente o também meia defensivo Gilberto Silva, que começou no América e passou pelo Atlético.

Nessa amostragem, porém, pelo futebol paulista já jogou um time inteiro: Nada menos que onze vestiram a camisa de Corinthians, São Paulo, Santos e São Caetano, Juventus, Inter de Limeira, Botafogo, Ferroviária, Matonense, Ponte Preta e Guarani.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Fixações desmedidas


um ponto

me converge.

outro

me distrai.

meu oposto

aterrisa

no espelho

se esvai.

clara circuncisão

faca de corte na mão

mede a fixação

do corpo que cai.

São Luís, 2002

A borboleta bonita de Tutu

A Copa é um show. Em forma, Shakira mostrou seus dotes, mas quem roubou a cena foi Desmond Tutu.

O ex-arcebispo anglicano de Cape Town e Nobel da Paz pediu a multidão presente ao Orlando Stadium, em Soweto, que gritasse o nome de Nelson Mandela. 35 mil espectadores atenderam ao pedido.

"Queremos dizer ao mundo que esta lagarta feia que nós éramos, tornou-se uma borboleta bonita, mas muito bonita, tão bonita!", afirmou Tutu, em referência à queda do apartheid, há 16 anos.

"A África é o berço da humanidade", prosseguiu. "Desejamos as boas-vindas em sua própria casa, a todos vocês, alemães, franceses! "Somos todos africanos!", proclamou Monsenhor Tutu, 78 anos.

Barracas de praia: Lula entra na briga

Foto:Manu Dias/Agecom

Durante visita a Salvador, o presidente Luís Inácio Lula da Silva garantiu que vai rever situação das barracas de praia da capital baiana.

Há um mês, a prefeitura de Salvador derrubou 89 barracas entre as praias de Placafor e Aleluia, na orla marítima da capital.

A demolição atende a um projeto do Governo Federal denominado Orla Brasil.

Em um dos discursos, Lula prometeu que na segunda-feira vai debater a situação da orla baiana com a secretária do Patrimônio da União Alexandra Reschke.

A Secretaria do Patrimônio da União é ligada ao Ministério do Planejamento.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Carta a Luciano Ferreira

Fernando Coelho


Luciano: eu não ví você chorar.

Em muitos e muitos dias, enquanto o sol mordia nossa solidão, você nos dava um ombro cheio de mansardas do futuro para nos consolar. Nas variadas manhãs, mesmo com o pão quente ainda nas padarias renitentes, você já vagava nos escaninhos com cheiro de peixe da feira de Itapuã, para encontrar a mais gorda petitinga para nosso desjejum. Eu não vi você chorar. Letra por letra as paredes de frases da barraca foram se desmanchando. E, com a areia, viraram uma sopa de saudades. As nossas saudades largadas na Praia de Pituaçu, bem ali, onde gente da França, da Itália, da Alemanha, de todas as Américas e lá do profundo fundo do meu e do seu recôncavo baiano, nos encontrávamos para esperar a vida nos encontrar. Luciano, eu não vi você chorar. No meio fio da orla, quente de nada e de maldade, todos os barraqueiros sentaram-se para deixar evaporar pelo sórdido asfalto, o último suspiro dos seus negócios atropelados. Negócios simples, sujos de lama dos caranguejos lerdos, mas o ganha pão de todo dia. Na fumaça da moqueca teimosa, você nos levava a passear no jardim de infância de Iemanjá. Lembra-se? O jardim acabou. Luciano, eu não vi você chorar. A barraca de coqueiros, ventos, húmus e música, enfermaria indormida de todos nós, sede e palco da reverberação da República do gozo e da verdade, ruiu. Por quê? A barraca, a sua barraca, tinha alma. E morreu de pressão arterial alta de amor, como os meus olhos inchados de tristeza sempre previram. Foi em sua barraca, numa tarde perdida para além dos escombros patrocinados pela Prefeitura de Salvador, que eu chorei pela primeira vez por causa de Isadora. Minha neta tinha somente 6 anos e me encabulava com a eternidade. Mesmo assim, Luciano, eu não vi você chorar. Tem que se cumprir a Lei. A Lei não é má. O homem é que é. Pega a Lei, coloca-a, cega que é, sobre um trator e manda derrubar sonhos. Infelizmente, Luciano, sonho não fala. Só morre. Ninguém consegue contar os mortos com a queda de sua barraca, Luciano. São infinitos. São lamentos em vários idiomas. São almas que foram levadas pelo pior dos acidentes atmosféricos: a indiferença humana. Muitos poetas ficaram órfãos. Muitos jornalistas que nunca tiveram espaço para assinar uma coluna, encontraram em você o leitor e admirador de discursos incorrigíveis. E os artistas plásticos, aqueles que labutam com a forma e a cor? De sua barraca imaginaram o mundo, a arte, a genialidade, sem recorrer a Picasso, ou Van Gogh, ou Calasans Neto, ou ao mestre Mário Cravo Júnior. E em sua barraca construíam suas obras de emoção. E tantos mendigos de praia comeram ali. Eu mesmo. E tantos funcionários públicos que não tinham onde sentar em suas repartições, onde encostar o surrado paletó cinza, encontravam em você o estimulador para a madorra e a acolhida para o desencanto coletivo. Mesmo assim, eu não vi você chorar Luciano. Agora, neste momento que tento não lhe escrever, invoco Violeta Parra, Fernando Pessoa, Pablo Neruda, Castro Alves. T.S.Elliot, Allen Ginsberg, Cuíca de Santo Amaro. Para não chorar. Eu estou indo embora, Luciano, para não chorar. Nadir ainda promete o macarrão quente, com molho vermelho de tomates vermelhos de esperança, para você não chorar. Por isso, você não precisa chorar, Luciano. Eu sei que agora, como antes, você guarda nossas lágrimas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Outros campos em Cape Town


Cape Town ou Cidade do Cabo, se preferir, esconde uma espécie de campo de concentração.

Retirados da zona central da cidade, cerca de três mil moradores foram "depositados" na área ao lado do recém inaugurado aeroporto e a cerca de 30 km do estádio de Green Point.

A mesma faxina segregacionista realizada no Rio de Janeiro na Eco 92.

Cape Town é um balneário turístico da África do Sul e uma das sedes da copa. A seleção brasileira pode jogar por lá, se chegar nas semifinais.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dunga, o teimoso

A teimosia de Dunga vai fazer com que Josué e Ramires assistam a dupla de meias defensivos Gilberto Silva e Felipe Melo em campo contra a Coreia do Norte, no próximo dia 15.

A queda de produção de Gilberto Silva e a instabilidade emocional de Felipe podem custar caro ao selecionado brasileiro.

Gilberto passou a temporada no futebol grego. O Felipe a brigar com jornalistas e com a bola na Itália.

Erros de passe e de comunicação entre os dois foram visíveis neste último amistoso da seleção. Gilberto e Felipe só jogaram (e mal) a primeira etapa.

Felipe errou um passe a menos de um minuto.

Além disso, a ala esquerda com a impetuosidade de Michel Bastos vai ter uma necessidade de coberturas ininterruptas a cada ataque por aquele setor. E isto o leve serelepe Ramires sabe fazer muito bem.

Mas Dunga contraria até a origem do apelido e prefere a altura dos dois titulares aos baixinhos Josué e Ramires.

Pode fazer alguma diferença em outros jogos. Não contra os coreanos.

Mas Dunga, o bélico, também é Dunga, o teimoso. E para o comandante, Gilberto e Felipe são soldadinhos obedientes.

A teimosia de Dunga só não pode ser relacionada à não convocação de Ronaldinho. Aí foi vingança pessoal. Por aquele lençol e humilhação em um Gre-Nal durante a última temporada como jogador em 99/2000.

Que não aconteça mico igual com Gilberto ou Felipe.


Me batam um abacate com limão amarelo

Mais uma sandice: "Vencer adversário no último amistoso é indício de que a seleção vai ganhar o mundial".

No Mundial das Bobagens Escritas, já conquistamos o título antes da copa começar.

E como diz o Paulo Gabriel: "Sangue de Cristo tem dendê!"

Maílson, o guerreiro






O Bahia de 1990: Chico, Mailson, Gléber, Jorginho, Paulo Rodrígues e Vágner Basílio; Naldinho, Delacir, Charles, Luís Henrique e Gil


Tocante a reportagem sobre Maílson, de André Uzeda, hoje no A Tarde.

O "Mamá do Fazendão" sofre de doença regenerativa e precisa de ajuda.

Maílson era lateral direito do bons, raçudo e com bela visão de jogo. Tinha no cruzamento um dos pontos fortes da sua lista de habilidades.

Além disso, a torcida enxergava nele uma espéçie de talismã. Aquele que suava a camisa pelo time, dava sangue pela vitória, salvava gol embaixo da linha.

No mais, uma posição curiosa na história do Bahia. Pela lateral direita, da década de 1970 para cá, passaram Toninho, Perivaldo, Zanata, Mailson,Daniel Alves e outros sem a mesma técnica.

Dos cinco citados, Maílson foi o único que não decolou o que merecia.

Seleção "não me toques"

A seleção brasileira goleou a Tanzânia por 5 x 1. O amistoso custou aos cofres do país africano, afetado pela malária, R$ 4 milhões.

A CBF embolsou a grana e mostrou como os seus pupilos endinheirados andam mal acostumados. Cheios de soberba, não aceitavam uma marcação mais dura do adversário.

O atacante Luís Fabiano empurrou covardemente pelas costas o seu marcador que se chocou contra placa publicitária. Na etapa final, O ala Daniel Alves sofreu falta, revidou e, ao lado do poliglota Maicon, desferiu impropérios, pontapés e tapas no marcador da Tanzânia. Humilhação pouca é bobagem.


Se o Brasil de Parreira era a cara do Ronaldinho, cheia de salameques, o Brasil de Dunga é cara do Felipe Melo.

Uma seleção de "não me toques".

Doni na Tanzânia


Ainda sem Júlio César, seleção brasileira enfrenta a Tanzânia ao meio de dia, horário de Brasília. possibilidade muito grande de assistirmos Doni no gol da seleção na etapa final.

Isto porque os selecionados costumam efetuar substituições ao bel prazer na virada de tempo.

Amistoso caça níquel (e bote níquel nisso) em país campeão de casos de malária. Nunca confunda esses joguinhos como ajuda humanitária. Passa bem longe disso.

Depois do susto


Os atacantes Didier Drogba (Costa do Marfim) e Arjen Robben (Holanda) estão confirmados na Copa do Mundo de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Mais um?


O atacante Arjen Robben não embarca com a delegação holandesa rumo à África do Sul.

Robben é mais um jogador de qualidade que pode ficar de fora da copa.

Roben se machucou durante amistoso preparatório da Holanda contra Hungria. Ele foi autor de um dos gols holandeses na goleada sobre os húngaros por 6 x 1.

Uma lesão no tendão da perna esquerda foi constatada.

Robben fará exames em Amsterdã para saber se será cortado ou não.

Além dele, Didier Drogba (Costa do Marfim), Andreas Pirlo (Itália) estão ameaçados de não participar do mundial.

O capitão inglês Rio Ferdinando já foi cortado.

Dilma e Serra empatam no Ibope

Ibope divulga pesquisa eleitoral neste sábado. Dilma Rousse (PT) e José Serra (PSDB) aparecem empatados com 37 % das intenções de voto. Marina Silva (PV) tem 9%. Ibope ouviu 2002 eleitores em 141 cidades brasileiras.

Nota do Beco: se o Ibope ouviu você, poste aqui.

No Mundial de Curling seria a mesma coisa















Se fosse mundial de Curlling, deitariam

e rolariam na careca do Kevin Martim

Inexplicável como os principais veículos de comunicação brasileiros tratam a Copa do Mundo na África do Sul.

Discute-se tão pouco sobre táticas (o que vai decidir realmente o mundial) que passa a impressão de termos o menor número de jornalistas especializados em esporte em toda a história das coberturas.

Debate-se tão pouco sobre as seleções (são 32!!!) que se comprova o abismo cultural que nos rodeia.

Escreve-se tão pouco sobre o mágico mundo do futebol (ganha uma tabela da copa quem explicar em dez segundos as regras do mundial) que poderia ser campeonato de gamão, pebolim ou curling que não faria diferença.

Até as narrativas de obviedades em reportagens de comportamento são vazias, preconceituosas e repetitivas. A metáforas são as mesmas. Imagine você criar quarenta textos alusivos a zebras e elefantes?

O mundo para esse mundinho miudinho é uma bolha, não uma bola.

Além disso, esta pulverização de banalidades dá a entender que teremos em um futuro bem próximo comentaristas de moda tecendo análises aprofundadas sobre a gola rolê usada pelos árbitros, a harmonização estética entre a chuteira e o calção. A aplicação correta da cor salmão com detalhes em fúcsia do uniforme futurista da seleção brasileira

Faz-me refletir que na Copa de 2014 teremos nas transmissões analistas especializados em aplicação de marcas publicitárias (nos jogos e em coletivas), um esteticista para analisar a cútis dos jogadores e um visagista para criticar o corte dos cabelos dos craques.

E ainda na base do folclore, sem nenhum respeito a cultos ancestrais, um astrólogo ou vidente (já foram descobrir um na Nigéria ou em Angola segurando um espelhinho) não vão faltar por essas bandas.

Fora os cientistas do som que traçarão um impacto da cuíca, do reco-reco e dos atabaques nos estádios brasileiros baseados em estudo feito com as vuvzelas em 2011, na universidade de Masssachuchets. "Pessoal saiu com prejuízos auditivos daquela copa em 2010", vai revelar um dos cientistas politicamente corretos, claro.

Se tudo vira espuma , em um mar de baboseiras e abobrinhas, todos estão surdos.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Drogba, a dúvida


Dirigentes da Costa do Marfim negam corte do atacante Didier Drogba. Esperança é de que o atacante se recupere até o início da Copa do Mundo.

Drogba fraturou cotovelo após entrada dura do nipo-brasileiro Marco Túlio Tanaka, durante amistoso em Sion na Suiça.

A Costa do Marfim venceu por 2 x 0.

Os marfinenses estreiam na copa dia 15 de junho contra Portugal.

Sobre Dunga, o bélico

Por Márcio Lopes

Concordo em parte. Mas, pense o seguinte: essa é a grande chance da vida dele! E é também uma pressão fora do normal. E vimos o que aconteceu com Ronaldinho e cia na última copa. Confesso que o profissionalismo empregado por ele, mesmo sendo radical, gera um exemplo aos mais jovens. O futebol é um exemplo aos mais jovens, por isso defendo que tem que ter exemplos bons e não a valorização da farra, mulheres, drogas e por ai. Mas, como não gosto de seleção brasileira, pois para mim é um exemplo de um pais que não dá certo, vou torcer para a Fúria! Abraços

Comentário do consultor da área empresriall Márcio Lopes sobre o post Dunga, o bélico. Houve problema na postagem, mas publicamos mesmo assim. Abraço, Márcio.


Dunga, o bélico


Foto: Reuters
O técnico da seleção brasileira de futebol pensa que está em uma guerra.

E para Dunga, uma das seleções inimigas é a seleção da imprensa. O belicoso treinador enxerga os 300 jornalistas brasileiros que fazem a cobertura da copa como adversários a serem abatidos

Também não o vejo como amigo. Muito menos como inimigo.

Posturas como essa levam a crer que o técnico da seleção prefere capacetes a chuteiras. Trincheiras a gramados. ditaduras a democracias.

O mais interessante é que se estivesse em alguma das Forças Armadas, Dunga passaria longe dos estrategistas. poderia até se tornar general, almirante...mas nunca passaria perto do setor da inteligência.

Frase do Dunga, durante a coletiva, hoje pela manhã: "a seleção é minha"

Essa copa promete.


Arquibancada de luxo

Caso realmente se confirme, Drogba se junta ao meia ofensivo alemão Ballack nos assentos das arquibancadas de luxo da copa do mundo.

Segundo craque de fora.

No caso de Drogba: perde a copa, ganha o Brasil

Drogba fora?




O atacante Didier Drogba se machucou em amistoso da Costa do Marfim contra o Japão, na Suíça. De acordo com o jornal francês L'Equipe, o craque marfinense está fora da Copa do Mundo.

Médico integrante da comissão da seleção africana também confirmou a impossibilidade do jogador disputar o mundial.

Drogba sofreu entrada dura do nipo-brailseiro Marco Túlio Tanaka, aos 14 munutos do primeiro tempo, e fraturou o cotovelo direito.

A Costa do Marfim venceu o jogo por 2 x 0.

Assisti ao lance. Uma cena lamentável que, se realmente tirar o Drogba da copa, pune a quem gosta do futebol arte.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pausinha

Blogueiro descansa no último dia do inferno astral.

Cartões de imagem na cueca

A cineasta brasileira Iara Lee afirmou nesta quinta-feira, depois de desembarcar na Turquia, que um ativista conseguiu burlar a segurança israelense e esconder três cartões de memória carregados com imagens do ataque contra a flotilha de ajuda humanitária, informou nesta quinta-feira depois de desembarcar da Turquia.

De acordo com a cienasta, as imagens só serão reveladas quando ela retornar aos Estados Unidos, país onde mora, para aumentar a repercussão.

Cerca de 450 ativistas detidos por Israel nas embarcações a caminho de Gaza chegaram à Istambul, na Turquia, nesta quinta-feira de madrugada.

Nota do Beco: desta vez, esconder algo na cueca, foi de serventia nobre.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Bono e a bola

Bela chamada da Espn com narração do Bono Vox para a Copa do Mundo 2010. Bela e contemporânea.

A Copa é uma festa

Tirada das mais espirituosas do comentarista Carlos Eduardo Lino, da SportTV, durante a sonolenta vitória da seleção sobre o Zimbabwe por 3 x 0. Lino, em relação as vuvuzelas sulafricanas: "Deixou entrar, tem que deixar soprar".

Refletindo sobre a referência da frase em outras rotinas cotidianas, parei à frente de um excelente poema de Chacal, poeta setentista: "A loucura é um sopro no ouvido".

E me valho de inocências impuras a pensar que, se para alguns como este blogeiro, a tal das vuvuzelas só causam profundos incômodos auditivos, para outros a Copa do Mundo é a chave do tamanho.



O treze

Em tempo nos campos astrais, não confundam a camisa 13 do Daniel Alves com "o 13" do Zagallo. São bem diferentes, por mais que seja pauta óbvia para imprensa oficial. Por sinal, poupem o cérebro de vocês com pautas óbvias, ufanismos piegas ou discursos patéticos em tempos de copa. Mudem de canal.

Fé cega, faca amolada II

Analisem a frase do embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher. Ele foi convocado na última segunda pelo Itamaraty para prestar esclarecimentos depois do ataque israelense a flotilha que levava ajuda humanitária a Gaza.
Para o embaixador de Israel, o Itamaraty teve uma reação pouco equilibrada.
Abre as aspas para o senhor embaixador: "Lamento muito a reação do Brasil. Creio que não foi balanceada”.

Quando a balança não lhe favorece, ela está sempre desregulada.

Uma execução bárbara só comparada aos tempos do Nazismo anti-semita. Uma prova cabal de quem é o "desequilibrado".

Fé cega, faca amolada

De um funcionário do governo americano: "Não é apenas que somos os únicos que ainda os apoiamos [aos israelenses]; somos também os únicos que acreditamos neles".

A peleja das torcidas

Mesmo atrasadinho, posto alguns números da pesquisa do ibope sobre as torcidas brasileiras.
Segue o texto publicado no diário carioca Lance!:

O Flamengo lidera a 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas.O Flamengo tem a preferência de 17,2% da população do Brasil, num total de 33,2 milhões de torcedores. Percentualmente o Flamengo caiu, mas o total de torcedores cresceu 200 mil.O Corinthians vem a seguir, com 13,4% ou 25,8 milhões de torcedores.O São Paulo, com 8,7% permanece em terceiro, mas foi o que mais cresceu entre as maiores torcidas. Na última pesquisa, seis anos atrás, tinha 7,3% do total. O crescimento em termos absolutos foi de 3,5 milhões de torcedores.Palmeiras (6,1) e Vasco (4,1%) tiveram queda no número de torcedores. A nação vascaína reduziu-se de 10 milhões de pessoas para 7,9 milhões. Em termos absoluto, essa foi a maior queda de todos os clubes.Na sequência, o Grêmio (4,0%) passou o Cruzeiro (3,5%) e agora tem a sexta maior torcida do país. Completam os dez primeiros Santos (2,7%), Atlético-MG (2,6%) e Internacional (2,5%), que apesar dos títulos recentes manteve a tendência de queda.Outra surpresa foi o crescimento do Sport, que agora aparece com 1,7%, à frente de Bahia, Botafogo e Fluminense, todos com 1,6%.A 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas ouviu 7.109 pessoas em todo o Brasil, a partir de 10 anos de idade, em 141 municípios de todos os tipos e tamanhos. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Isso significa que resultados separados por pelo menos 2,4 pontos estão em situação de empate técnico.Fonte: Lancepress

Nota do Beco: Este blogeiro abrirá um viejo cabernet, degustado em taça especial, para assistir as pelejas. Afinal, os dados referentes a Sport e Bahia certamente causarão discussões infindáveis por 2010 afora. A margem de erro reforça a tese. Paixões e arroubos a cercam. Tão certo como existe ponte entre Juazeiro e Petrolina. E videiras por lá.

Segundinha na Superterça

Uma rodada de inversos proporcionais, de pirâmides invertidas, ou se preferir, deu a louca mesmo e estamos combinados.

Só a Lusa excedeu a regra e lidera, pois pois. Venceu, em jogo de cinco expulsões, o limitado América de Minas por um a zero.

Por falar em Minas, O Ipatinga, em noite de Francismar, triturou o Guaratinguetá. Rima pra lá, rima pra cá, três a zero no placar

Como os mineiros, o Sport ainda não tinha vencido. E no calor da Ilha, com Cerezo de bermudas, os pernambucanos melhoraram um pouquinho e deixaram outro candidato a líder de calças curtas: Paraná levou 1 x 0.

Mas, se me permitem também um texto não tão certinho assim, quero voltar para a escadinha de goleadas inesperadas.

Em Juazeiro do Norte, um apático Bahia entrou na dança do Júnior Xuxa e levou de quatro do Icasa. Renato, o gaúcho, no alto da prepotência, minimizou o baile que levou do adversário. No mínimo, deselegante. Quem tem soberba, não sobe.

No ABC paulista, o São Caetano deitou e rolou em cima de um Náutico irreconhecível, 5 x 0.

No mais, um bom jogo em Joinville, Coritiba 2 x 1 Ponte Preta. Rafinha, mais uma vez, destaque do Coxa.

O Santo André passeou no Serra Dourada. Três a zero em cima do Vila Nova. O que está acontecendo com o futebol goiano?

O lanterna, de fato e de direito, Duque de Caxias perdeu em casa do América de Natal um a zero.

No único empate da rodada, o Bragantino foi buscar pra cima do Brasiliense. No prenúncio dos nomes, uma sensação de igualdade: 2 x 2.

E, entre tantos resultados improváveis, no topo daquela escadinha, uma subversiva goleada que estava no script, pelo menos da torcida do Figueirense. Meia a dúzia a zero no pobre Asa de Arapiraca

Foram 31 bolas nas redes, Das seis equipes que estavam nas primeiras colocações, cinco foram derrotadas, duas por goleadas humilhantes. Apenas dois visitantes venceram. O que leva a crer que a maioria dos torcedores voltaram felizes dos estádios para as suas casas em uma noite estranha de outono. Daquelas em que os inversos são proporcionais, as pirâmides são invertidas, o improvável acontece.

Ou se preferir, deu a louca mesmo e estamos combinados.

Dando os trâmites por findos, como diz o amigo Jorge Allan em grande sacada: é a segunda na terça!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Made in Africa?


África do Sul 2010. O mascote é chinês. As bandeiras cênicas foram importadas e criadas fora do país, o público nos estádios não vai ter a cara do continente. E, cá pra nós, o Soccer City (foto) não é a cara da banda de um pão de hambúrger?

Raízes Brazileiras

Não se pode culpar Robinho pela mancada na chatíssima entrevista coletiva da seleção brasileira desta terça feira. O atacante do Santos se atrapalhou com o nome do Zimbabwe, antes Rodésia. Simplesmente desconhecia o país localizado na África Austral.

A Rodésia tão massacrada por ditadores genocidas em diversos momentos da história. A Rodésia com seus bantos. A Rodésia dos nossos ancestrais. Meu, seu e de Robinho.

A Rodésia, hoje Zimbabwe.

Que continuará sendo ignorada pela maioria dos brasileiros. Que terá seus jogadores sendo gozados por narradores brasileiros que transmitirão a partida nesta quarta pela manhã.

Este Brasil tão adepto a colonialismos indiretos. A começar por sua seleção.

Seleção Brazileira adepta de entrevistas coletivas chatíssimas e ignorantes.

Do chucrute ao sushi

Não recordo na história recente esta sequência de renúncias de líderes do Velho Mundo. Na segunda-feira, o presidente da Alemanha Horst Koehler. Hoje, o premiê japonês Yukio Hatoyama.

Uma queda nas pesquisas (?!) ameaçava as chances de seu partido nas eleições da Câmara Alta do Parlamento japonês. Yukio não contou conversa. Uma atrapalhada e impopular missão alemã no Afeganistão foi a causa apontada pela imprensa oficial da Alemanha para a saída de Koehler.

Vamos aguardar e constatar os reflexos desta estranhos pedidos de boné.

Do g8 às bolsas pelos quatro cantos.