a sala vazia aquieta o corpo
e a mordida do lábio.
nada impede aos dedos
acalentarem contornos no vazio.
venta.
catas os nomes e o que dizer
o tempo escorrido no que deixar
e poder já não importa
o imã das perdas
penduras entre as boinas
o mar dos silêncios
é poema de escuro
é parto de adeus
feixe de baú velho
e o amor está crivado de balas nas adolescências
e o amor avança o sinal de volantes desgovernados
e o amor é sem cama em coma na mancha sem manual
o amor é massa
o amor é mossa
e atrás da porta
no meio da boca
nos vincos da testa
a espera é dor
e venta.
salvador, 04 de novembro de 2014
© antonio pastoriArte: a Gust of Wind 1886-87 ©Judith Gautier