ENTRE O CAIS E A VENTANIA
São vertigens de sapatilhas
e oceanos noturnos em fuga
no cais da menina que dança
e oceanos noturnos em fuga
no cais da menina que dança
tem a fita
o parapeito
lumes vagos
o parapeito
lumes vagos
e o adeus de uma canção.
instintos
uma canção sem vitrola
ela também rodopia
e faz vagar os mantras
da finitude
das solidões
um canção sem ouvidos nem línguas
uma canção só de olhos e mãos
um aceno
uma lágrima
são vertigens de boina e lutos
e desertos solares em silêncios
na crina da menina que dança
e o adeus de uma canção vem.
por ventanias
ou do que a borda das esperas
abandona
março, 17
© antonio pastori
arte: Noyée - 1895, Jakub Schikaneder (1855-1924)
© antonio pastori
arte: Noyée - 1895, Jakub Schikaneder (1855-1924)