narizinho
a tempestade que chega tem a cor dos teus olhos castanhos
vi o rosto de narizinho em uma pintura setentista movida a
cores
a tardinha é ideal para descobrir que amanhã é maio no teu
rosto
os lábios em movimento na proporção dos polígonos e das luas
o olhar com teus silêncios e sépias tuas desconjunturas e
arrepios
tua cara o conteúdo a verdade mais possuída dos jardins
suspensos
uma brincadeira de tempos que não voltam para meninos
solitários
era a certeza em tons pastéis de que os sorrisos são paridos
do sol
mesmo onde não haja abismos a ocupar espaços tão minúsculos
por cada reentrância do amarelo a zombar de todos os
esconderijos
em tantas limitações inventadas para abortar vôos e expulsar
poetas
vi o rosto de narizinho envolto na breve iluminura de sítios
estrelados
na incoerência dos bem te vis invadindo as janelas dos
arranha céus
na inocência vil de que as noites foram criadas para
inventar correrias
ou de que as cores desalinhadas do teu sexo são dadas a
setembros
não que a primavera tenha início a partir de um caminhar
encharcado
quero ventanias e tirar a prova dos nove nesta inconclusão
das tintas
e me apoderar daquela pintura no catálogo para assanhar o
teu cabelo
Essa é uma das minhas preferidas.
ResponderExcluirBeijo