quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Comuna de Pas

Em fins de 2002 escrevi em São Luís, no engajado Maranhão pela lua liberta de Panaquatira e teus poetas azucrinados, um manifesto sem culpas nem amarras.

versos soltos
à baila e a beijos

Vocês são os escolhidos para o deguste.


sorvam em goles tranquilos ou intensos

depois, à revelia dos ventos bons

me mandem um recado...



besos e quesos procês

e viva a uva cabernet


bjs

Pas

Comuna de pas

Lovers mines, yours, and the others:

Amigos,

Inicio este périplo (acho que sequencial) para enviar até vocês, amantes da boa poesia, dos vinhos, madrugadinhas e pós & tais, pensamentos de um ser atulemado, macambujo, ensimesmado, ciumento, do inverso ao contrário, mas sincero até o talo:


Divido com vocês, senhoras e senhores, um drops (balinha boa) jogado na tela, depois de ouvir uma canção vinda de Teresina. O pensamento é de Torquato Neto, poeta mais do que tropicalista que esteve por essas plagas até 71:

"Vivo tranqüilamente todas as horas do fim"


Aí vai o resultado da onda depois de Torquato:


dedicatórias

e para ti são bem aceitos os poemas

por negar a existência dos temporais

a procurar em desespero tuas pegadas na lama

e para ti são aqueles versos débeis

pregados na porta

por me ausentar da última tentativa

vai sem pressa...toma o caminho dos últimos pássaros

deixa apenas a constatação do adeus sem meias conversas

e vai sem tarde e sem culpa

vai sem dia vai sem tempo

não pare para ver os amigos

nem acender o cigarro

pra que ter motivo?

para que mirar a rua

e colher desencantos

queria que soubesses da amizade

a amizade é o terreno mais próprio para os nossos esconderijos

e daqueles o mais elegante para descansos

queria que soubesses da amizade e dos amigos

que eles venham ocupar os ombros

que eles determinem os epitáfios.


trevos de matisse

o dia cinza
nimbus em volta
em voltas
círculos brisas
no beijar das tormentas
meu amigo e seu gorro
estratos esporros
no roçar de açuçenas
senhora dos raios
bendita
senhora minha
dopas
cruzas
opaca
o dia cinza

lá no fim
matisse exala
matisse borra
a cor das cordilheiras.


o amor informa

o amor informa:

nunca revelará a forma

ao conteúdo


girassol

andas suspensa
e verás de cima
como se batem as asas

o ir e vir
de lá pra cá
daqui pra lá
da soma dos encantos

nem mais nem menos
meu tempo é quando.


foto

Das placas de trânsito só vai dar para ver o fundo
cada um sorrindo com destino em punho
Pela estrada, mais nada, sempre o tempo todo

Pastori, inverno 2002

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