sábado, 19 de janeiro de 2019

O chão das guimbas

ESFINGE


deixas o olhar 
como dor inacabada
ponto e nó da incerteza
do que seja minuto ou morte

mente no que for pedra
rega em rabisco de faca

abres as rimas fêmeas por bardos mudos 
na inquietude do que é sol entre persianas

beijas asfalto
velhos tijolos

e por que me vens com pobres canções para marionetes? 

unhas armadas
carne mordida

deixas..

apenas a esfinge
de guimbas nuas e frias

e no vinco das amoras 
a vaga pintura


Ilheus, outubro de 2015
© antonio pastori
arte: A Esfinge de Açúcar (Salvador Dali, 1933)

Nenhum comentário:

Postar um comentário