ESFINGE
deixas o olhar 
como dor inacabada
ponto e nó da incerteza
do que seja minuto ou morte
mente no que for pedra
rega em rabisco de faca
abres as rimas fêmeas por bardos mudos 
na inquietude do que é sol entre persianas
beijas asfalto
velhos tijolos
e por que me vens com pobres canções para marionetes? 
unhas armadas
carne mordida
deixas..
apenas a esfinge
de guimbas nuas e frias
e no vinco das amoras 
a vaga pintura
Ilheus, outubro de 2015
© antonio pastori
arte: A Esfinge de Açúcar (Salvador Dali, 1933)
© antonio pastori
arte: A Esfinge de Açúcar (Salvador Dali, 1933)
