Bardos Castanhos
eu sou o apanhador dos teus campose meu olhar respinga outonos em cantigas de mudas
não amealho as estradas ao longe
e faço do que esperas
a porta escancarada,
as janelas libertas.
derivo as perdas onde tu amansas
ao equilíbrio das tuas ancas
o sacolejar dos sonhos,
o espelho dos dias.
não nasci de primaveras.
habituo os dedos às circunferências.
às superfícies lisas.
e sou futuro diante do teu frêmito
aperto as pedras,
os soluços diante da tarde.
e sou castanho a caminho
poente e diminuto
infinito de sandálias nas mãos.
sou adeus e te dou boas vindas
e cheiro das sacadas de onde o tempo desmora
o teu amor desmedido de sol.
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