quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Além dos jardins suspensos

Canção sem ópio

Perto do fim da tarde rubra
pequeninas mãos avisam 

feito as cercas das antigas taperas 
ou convite dos labirintos suspensos

as pequeninas mãos avisam 
antes dos precisos relógios
antes das frases embaladas e frias

avisam do mundo separado 
em maçanetas
em vidraças
em gradis

avisam dos vazios
das cordilheiras
das arruaças
e dos jardins

perto do fim da tarde rubra
lembro da distância dos quintais    

apronto desertos
recito tempestades

e sigo insone 
à caça dos furacões.


salvador, 2011

2 comentários:

  1. Acenos na silhueta da tarde
    Inocentes movimentos

    Liberdade macerada
    Olhares atônitos

    Brincadeiras vazias
    Apesar da hora perplexa
    Vozes do medo circulam no ar

    Laços que apertam a vida
    Janelas fechadas
    Portas trincadas
    Olhares distantes na fresta

    Um silencioso clamor
    Algazarras em corredores distantes

    Acenos na tarde
    Da silhueta inocente

    Riscos e rabiscos
    No chão do terreiro
    As pequeninas mãos sujas
    Acenam para a esperança.

    Ivon das Aldeias

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