domingo, 9 de outubro de 2011

Na estrada das velhas mariposas


não, a arte não é ilusão
uma resposta ao ginsberg

bah! não parti, nem fiquei
e a tristeza é reinante

há muito o que penso religiosamente
torna-me cético aos santos

bulas de remédio, atas de reunismos, listas de telefone
são mais verdadeiras do que se traz das tvs ou dos púlpitos

e não transformo e não enceno e não tenho mórbidas esperanças 

o mundo  moribundo jovem moribundo a teus uivos cegos
a arte não é a ilusão desses pobres paraísos

e aqueles irmãos ciganos não são anjos caídos
e aqueles irmãos ciganos escolhem asas a suspiros
e aquelas asas são luminosas sem apocalipses

só busquem fé e esperança
palpite?
em todas as angélicas moedas falsas
em todas as cinicazinhas moedas falsas

porque estamos presos nas celas
e não aceitamos caridades urbanas

estamos presos
mas somos donos dos caminhos gritados

e em torno de ti
só brumas e sereno
só centeio, chão e trigo

e em torno de tudo
ciganos amores afetos gitanos
e um adeus também como asa

do desejo.


salvador e maragojipe, 2011



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