quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mais uma da mochila


Atíria


esta poderia ser a última poesia
por guardar o inverno das estradas
por carregar o conteúdo das guimbas
porque seria melhor estar dormindo

esta poderia ser a última poesia
por lembrar dos cascalhos de alcântara
por deixar os andarilhos suspensos
porque o café simplesmente acabou

seria a última
mas ela não deixa

a teimosa da borboleta dissimula
conspira nos becos inabitados
e insiste com este textinho vulgar

a infeliz me empurra
me devora em fraquezas
e dobra o meu adeus
com a asa do dedo

mindinho. 

Diogo, Litoral Norte 2003

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