NA RADIOLA LÁ DO QUARTO
“que voy hacer je ne
sais pas”
é mundo na américa não dê acasos à lua do sexo
manchas amanhecidas são arte seca dos frêmitos
vem da mistura de sal e azeite em ti derramados
na saliva e suor dopando o cheiro dos unguentos
cálido lume da catação de espelhos em solos rios
é bis ou
o xis baby, um velho blues de alma cheia
é quieta, tão nefasta a destrambelhada questão
é quieta, tão nefasta a destrambelhada questão
no que é
fundo em tantra ou hiato
interferência
inocência & asfalto
chame, pois
é! dispare, qual é! na mesma estação
devolva o
meu caleidoscópio antes das medialunas
porque
sempre na radiola lá do quarto
sempre na inquietude dos becos
vai nascer a intrometida canção
vai nascer a intrometida canção
e a poesia
é uma casa muda de gente à farsa dos olhares imbelos
e a poesia
é o vácuo o vinco a vulva no tampo do tempo mal assombrado
então solta a bala mancomunada,
é meia noite em ponto no paço da velha cachoeira
é meia noite em ponto no paço da velha cachoeira
que voy hacer mi gustas nada?
ahora son diez de la noche en la calle de los niños
ahora son diez de la noche en la calle de los niños
y todos los
refugios de mi revolución
e tolos são
os versos rolados sem treta
porque
sempre na radiola lá do quarto
vão expulsar sem rumo a mesma canção
são quatro horas em ponto no pouso da palavra
ahora son dos de la tarde en vieja bodeguita
anjo vício, lince, andorinha de voo avesso
tão cedo para deixar-me ir, fábula pequenita
tão cedo para deixar-me ir, fábula pequenita
cela das vertigens e labaredas
y sí mi voy en la tarde, tu te calas
és mentira e fruta de vez
je ne sais pas.
na radiola lá do quarto
sem paz nem súplica
aprumo estar onde não sou
arrimo ser onde não sei.
janeiro,
2014
arte: Jim Cox
Relógios não marcam canções.
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