A velha canção da chuva
(dedilhos em Kathy's Song)
a canção.
a mesma enquanto a chuva se espalha
com a certeza que só baila e só se vai
em doce e amarga teimosa
a roçar a janela e as cercas
das
velhas notas grimam os seus rostos
vêm
pelas frestas dos meus dedos sujos
e eu procuro para além da estrada encharcada
para
a aldeia ou o rio onde meu coração se foi
do
meu silêncio disperso e dado a tristezas não tocamos
minhas
memórias são milhas de tantas veredas do antes
tantas
ilhas distantes enquanto você dorme no seu ninho
e
te acariciam quando você brinca de acordar e não sorrir
é
como a velha canção enquanto pingos aquarelam
a que arriscava escrever e sumir naquelas frestas
eu não sei porque ainda insisto com essas coisas
a
desenhar os versos se dou as costas e corto a asa
é por não querer mais aceitar de maneira alguma
as grimas
tensas, rasgadas, levadas pela enxurrada
e
assim você vai e eu teimo em te esperar
por
acreditar no que sigo como fé e escolha
e
só é apenas a rima sem crença
a
única casa que dedilho é você
é como acolher o linho dos temporais
tecer o rabisco dos labirintos, deixar ir
pois
sei apenas que assim persistirei
pela
mesma certeza de me saber chuva também.
Janeiro, 14
Arte: Leonid Afremov
Arte: Leonid Afremov
é isso...
ResponderExcluir" acreditar no que sigo como fé e escolha "
Escultor de palavras, maestro de rimas, meu amigo vc arraza!
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