não, a arte não é
ilusão
uma resposta
ao ginsberg
bah! não parti, nem fiquei
e a tristeza é reinante
há muito o que penso religiosamente
torna-me cético aos santos
bulas de remédio, atas de reunismos, listas de telefone
são mais verdadeiras do que se traz das tvs ou dos púlpitos
e não transformo e não enceno e não tenho mórbidas
esperanças
o mundo moribundo
jovem moribundo a teus uivos cegos
a arte não é a ilusão desses pobres paraísos
e aqueles irmãos ciganos não são anjos caídos
e aqueles irmãos
ciganos escolhem asas a suspiros
e aquelas asas são luminosas sem apocalipses
só busquem fé e esperança
palpite?
em todas as angélicas moedas falsas
porque estamos presos nas celas
e não aceitamos caridades urbanas
estamos presos
mas somos donos dos caminhos gritados
e em torno de ti
só brumas e sereno
só centeio, chão e trigo
e em torno de tudo
ciganos amores afetos
gitanos
e um adeus também como asa
do desejo.
salvador e maragojipe, 2011
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