BELAS BALAS IN BLUES
são teus versos que espalham a descrença das canções que conheço
aqueles desgraçados que amassas sem trégua entre sacristias e balcões
para restar só a chama da bala rasa ou tuas unhas manchadas de malbecs
sim, minha lady
são as mãos que troçam do ferrugem na vagabundagem dos raspões
é viela chapada de solidão porque não há nada mais além do meu blues
só metal em cinzeis espalhados no ocre das tintas
e janelas molhadas por crias à toa de todas as revelias
ficam aquelas luas alquebradas em lábios nus
por lolitas inocentes na fuga dos beijos crueis
apenas um hiato de tempo que dança
por aniquilar poetas mulambos ao sol
há mundança de birutas
e atolagem de esperanças
no que realmente se acredita
do que se possa arriscar na veia
o vento trepida agulhas nas vitrolas
são sacudidelas em temperanças
e eu sei apenas que nada nada sei.
ouvindo buddy em cismas de pessoas
e nada mais sei, David...
e nada mais sei, Louis...
do que um três por quartos de fotografias.
© 2016 antonio pastori
arte: Janel Eleftherakis, “Playing the Blues #3
Nenhum comentário:
Postar um comentário