Livraria dos realejos
Ouvindo
Paciência
as ruas me
pegam pela mão
convidam o
poeta para sentir os graus
os fios, a
alma elétrica da noite
a vida
concebe, recebe, bem sabes
as ruas me
pegam de jeito, na veia
e são
iguais os carros em métrica
e a vida
não para, a vida rara
a vida
trata, destrata, retrata
sim
vida é assim
o mesmo fotógrafo na praça das
sépias
o
mesmo livreiro daquele beco de lonjuras
o
mesmo realejo tirador de sortes dos lumes
as ruas me
pegam em contramão
e queimam
os termômetros
não vejo
quando os fios explodem
não vejo
almas estendidas
a
eletricidade nasceu do empinar de pipas
por isso
as ruas me alargam.
a solidão nasceu na palma de uma mão
e as ruas me deixam
dançar por aí nas valsas
de rostos em perdas
e
boas vindas
Janeiro, 14
Arte: João Mottini - Fundação Bunge
É poeta, a vida é mesmo assim...
ResponderExcluir"...a vida não para, a vida rara,
a vida trata, destrata, retrata..." C'est La Vie...