a rua das céricas
"a grande vantagem de estar vivo
(não para sempre) não é tanto
que a mente aprove ou não
o que o coração sente e a alma toque"
cummings
diante da rua o que resta
é se saber em parto
pairar
espraiar o convívio
do silêncio.
porque este é um pequenino segredo
através dos dias invernosos
de se saber em transe
e colher ungüentos de cera e azeite
diante da chuva e dos velhos pássaros
ali onde as madrugadas colhem surtos
e quando os arlequins são moradores dos relógios
e quando a ventania é o melhor dos esconderijos
diante da rua o que resta
é se saber em brisas
e calar
escalar o amor
sim,
dos silêncios.
porque se queres segredos
as fórmulas criadas se rendem ao transe
as partículas das seduções
as ciências vãs
e
vá lá
as barras de ametista
o amarelo
o vermelho
dos quartzos
carregas no ombrã
as imperfeições do sol
e no satélite dos quadris
dominas o dia
e os séculos
és a dona das fórmulas
e diante da rua o que resta
é se saber em grãos
e trilhar
estrilar os poemas
sim,
dos barulhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário