A GUITARRA DAS SOMBRAS
Por dois portões na inocência desmedida dos parques dela
distâncias
gargalhavam
distâncias
gargalhavam
só um relógio derretia o tempo e a réstia de lábios esbaforidos
corredores
amuavam
corredores
amuavam
quem havia de esperar a iluminura das canções ante à lágrima?
os livros
disciplinados
os livros
disciplinados
quem iria de julgar a guitarra quebrada na parede azul circunscrita?
a vizinha
muda
a vizinha
muda
o ódio de gritar um nome perto dos crisântemos, dos semáforos...
os carros
rígidos
os carros
rígidos
o vício de conter as bordas sem ensaios, os palcos decapitados
os vidros
e a vitrola
os vidros
e a vitrola
só restam os meninos dados a contornos e bússolas profanas
a guimba
enleia
a guimba
enleia
o quadro
pensa
pensa
a lua
relata
relata
e os estilhaços
despencam.
novembro, 14
despencam.
novembro, 14
© antonio pastori
tela: touch life (self portrait) - j.kamp
tela: touch life (self portrait) - j.kamp
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