sarado
Imagens não passam de incontinência do visual
Jorge Luís Borges
meu nome perde os dentes
o tempo
é só e equivalente
o só dos
elevados desertos
vulgaridades
urbanas
fornicadas
bem perto
das
favelas com entardeceres
meu nome
perde os dentes
o de batismo
o da crisma
das
sacristias e dos cigarros
fico
triste amigo
mas nada
quero amigo
ou
desamigo
déspota
da minha humanidade e do meu perdão
meu nome
recebe um soco daqueles
e os
dentes saltam em proporções milimétricas
e não
fazem qualquer tipo de som
valem
grana no mercado informal
restam parafusos e tragos
bitolas
de saudade
bagatelas
de sorriso
sou uma
prece esquecida
um pária
desnudado
é, estou
pelado
tenho
saudade e colho asfaltos
tenho
ereções e poemas
e
costumo chorar incontinente ao lembrar da derrota dos visigodos.
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